7 vezes que Taís Araújo mostrou que o racismo no Brasil é um problema de todos.





"Quando eu engravidei do meu filho, eu fiquei muito aliviada de saber que no meu ventre tinha um homem. Porque eu tinha a certeza de que ele estaria livre de viver situações vivenciadas por nós mulheres. Certo? Errado. Meu filho é um menino negro. E liberdade não é um direito que ele vai poder usufruir. Se ele andar pelas ruas descalço, sem camisa, sujo, saindo da aula de futebol, ele corre o risco de ser apontado como um infrator. Mesmo com seis anos de idade. Quando ele se tornar adolescente, ele não vai ter a liberdade de ir para a escola, pegar um ônibus com a sua mochila, seu boné ou capuz, com seu andar adolescente - sem correr o risco de levar uma investida violenta da polícia ao ser confundido com um bandido. No Brasil, a cor do meu filho é o que faz que as pessoas mudem de calçada, segurem suas bolsas, blindem seus carros."

Assista ao vídeo na íntegra:


Para além da controvérsia, o vídeo do TEDxSãoPaulo mostra que Taís Araújo é hoje uma importante voz do ativismo negro no Brasil. E essa atuação política em prol da garantia dos direitos da população negra é de hoje.
A seguir, o Blogger recorda outras 6 vezes em que a atriz militou pelos negros no Brasil.
2. Reagiu a um ataque racista em 2015.
No final de 2015, uma foto que Taís Araújo postou nas redes sociais recebeu diversos comentários racistas. O ataque contra a a triz fez nascer a hashtag #SomosTodosTaísAraujo.
Na época, ela compartilhou o seguinte desabafo:

"É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar: na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à polícia federal. E eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena nesse país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça. Sigo o que sei fazer de melhor: trabalhar. Se a minha imagem ou a imagem da minha família te incomoda, o problema é exclusivamente seu!"
3. Passou a integrar a ONU Mulheres no Brasil:
Em julho de 2017, Taís Araújo recebeu da ONU Mulheres Brasil o título de defensora dos direitos das mulheres negras. Neste posto, a atriz vai apoiar iniciativas da organização no combate ao racismo.

4. Estrelou ao lado do marido a peça 'No Topo da Montanha':
Obra inspiradora para toda pessoa de pele escura no Brasil, a peça O Topo da Montanha retrata o que seria a última noite de vida de Martin Luther King. Nessa ocasião, ele se depara com seus medos, erros e acertos. Na obra, Taís interpreta uma camareira que confronta um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. A mensagem final tanto para o personagem quanto para a plateia é de que a militância pela dignidade dos negros há de continuar.

5. Afirmou que gostaria ser uma negra numa próxima vida.
afirmação foi feita pela atriz numa entrevista à revista Trip, a justificativa: "Ah, queria! Só gostaria de alcançar a maturidade mais cedo". Questionada sobre o porquê, ela respondeu:

"A relação dos meus pais quanto à questão do negro é tudo o que todo branco dominante gostaria que fosse. Uma relação que é a da ignorância. Eu fui cozida nesse caldo, e demorei para atingir um novo estágio de consciência. Talvez se tivesse tido uma educação diferente pudesse ter feito mais pela causa. Estou falando dessa reconciliação com a história, com minha origem. Não é que meus pais renegassem sua origem, não é isso. Mas deixar para lá é tudo o que a sociedade branca quer: fingir que nada aconteceu e que está tudo bem. Minha mãe falava assim: "Quando a pessoa faz alguma coisa com você relacionada a racismo você ignora porque ninguém gosta de ser ignorado". Não, não é assim que funciona. Como passar isso para os meus filhos com leveza e com doçura? Como enchê-los de autoestima e consciência? É um trabalho difícil."
6. Compartilhou a experiência que teve no Africa Week:

Em depoimento ao canal Brazil Talk no YouTube, ela compartilhou a experiência que teve na discussão sobre combate ao racismo e a defesa dos direitos das mulheres negras.

Em um dos trechos do vídeo, ela diz:
"O tempo inteiro eles falavam sobre descendência africana e eu fui ficando pequenininha e cheia de vergonha porque no Brasil a gente sequer se chama de afrodescendente. E quando a gente coloca essa questão, falam: 'Nossa, que besteira. O Brasil é misturado'. Sim, o Brasil é misturado, mas eu acredito que a partir do momento que você se declara afrodescendente com orgulho, você reafirma uma identidade."
Assista ao depoimento na íntegra:
7. Quando estrelou essa campanha da ONU no vídeo abaixo:

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