Dia Nacional da Consciência Negra




Com a sanção da Lei 10.693/2003, o dia 20 de novembro tornou-se o Dia Nacional da Consciência Negra, data de memória e luta dos afrodescendentes contra a exclusão, o racismo, o preconceito e a desigualdade social decorrentes de quatro séculos de escravidão africana no Brasil. De acordo com o IBGE, 54% dos brasileiros autodeclaram-se negros ou pardos. Apenas 17% dessa parcela populacional, no entanto, encontra-se entre os mais ricos. Ainda de acordo com o órgão, 38,5% dos negros compõe 30% dos extratos mais pobres da sociedade. Isso em pleno século XXI, em 2014, data da pesquisa.

Os números falem por si: os negros estão entre os mais pobres, os menos escolarizados, os de menor renda e os que mais são mortos pelas polícias nas grandes cidades brasileiras. Mesmo assim, há uma grande dificuldade no Brasil de reconhecer a distância social existente entre os negros e o resto da sociedade, assim como a importância das ações afirmativas para diminuir a desigualdade. Em boa parte dos Estados e num sem fim de municípios brasileiros, por exemplo, o dia 20 de novembro ainda não é reconhecido como feriado. A data marca a morte do líder negro Zumbi dos Palmares, no ano de 1695, após diversas expedições militares realizadas para aniquilar o Quilombo dos Palmares, um refúgio dos escravos negros fugidos das fazendas de cana que persistiu por mais de um século no Nordeste. Localizado numa área do tamanho de Portugal distribuída entre o que é hoje os Estados de Alagoas, Sergipe e Pernambuco, o Quilombo dos Palmares contava com 11 aglomerados e 30 mil habitantes. Começou a ser formado por volta do ano 1580 com fugas de escravos negros dos engenhos locais.

Em 1694, Zumbi fora traído e gravemente ferido na região conhecida como Serra Dois Irmãos, no Alagoas. Foge, recupera-se e ainda lidera combates por mais um ano. Zumbi cairia somente no dia 20 de novembro do ano seguinte, 1695. Os escravos da capitania recusam-se a acreditar na derrota do líder mítico. Para eles, Zumbi seria imortal. Sua cabeça fora então exposta em praça pública, no Recife, para acabar com o boato. A cabeça de Zumbi permaneceu lá por meses, até sua decomposição total.

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